Resenha: Capitão América: Guerra Civil – ou Vingadores 2.5

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Por Antonio Santos

Após uma batalha contra o grupo terrorista Hidra que resulta na morte de inúmeros civis, os Vingadores são pressionados pelos governos do mundo a assinar um pacto de responsabilidade, que tornaria o grupo submisso à ONU. Essa ideia divide a equipe em dois campos: os que são favoráveis à medida, grupo esse liderado por Tony Stark, o Homem de Ferro (Robert Downey Jr) e os que são contra a ideia, liderados por Steve Rogers, o Capitão América (Chris Evans). Um novo incidente, dessa vez envolvendo Bucky Barnes, o Soldado Invernal (Sebastian Stan), transforma esse conflito ideológico em um confronto real.

Essa é a premissa básica de Capitão América: Guerra Civil, o terceiro filme do supersoldado americano e décimo terceiro filme do Universo Cinemático Marvel. Dirigido por Anthony e Joe Russo, o filme é tanto uma continuação direta do filme anterior, Capitão América: Soldado Invernal (2014), quanto de Vingadores: A Era de Ultron (2015).

Quem afirmou que esse seria um “Vingadores 2.5” acertou em cheio. Embora Guerra Civil traga alguns elementos de Soldado Invernal, também dirigido pelos Russo, a verdade é que o tempo do filme é muito bem dividido entre todos os personagens. O roteiro é menos intenso e bem trabalhado que Soldado Invernal – não espere aqui o mesmo rancor e rivalidade que a Guerra Civil dos quadrinhos atingiu – mas é muito mais bem-sucedido em reunir os heróis do que Era de Ultron, usando a estrutura episódica de forma parecida com seriados de TV. O que faz sentido: a essa altura do campeonato, os filmes Marvel funcionam narrativamente como uma série de longa duração. O envolvimento do público com esses personagens já está garantido e só precisamos ser lembrados de forma rápida e eficiente porque eles são especiais. Isso também contribui com o estilo Marvel de narrativa heroica, onde conflitos pessoais levam a consequências gigantescas.

 

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Guerra Civil traz algumas das melhores cenas de combate dos filmes Marvel, com especial destaque para os novos recrutas: Pantera Negra (Chadwick Boseman), que apresenta o básico do personagem de forma exemplar;  Homem-Formiga (Paul Rudd), vindo diretamente de seu filme solo e responsável pelas cenas mais referenciais aos quadrinhos, que vão fazer a alegria dos fãs; e claro, o realmente espetacular Homem-Aranha (Tom Holland), que em 15 minutos já se mostra a mais fiel e engraçada caracterização do personagem nos cinemas. Caso o filme solo do personagem siga a risca o que foi mostrado nesse filme, espere um sucesso avassalador dessa nova franquia do aracnídeo.

Excelente em diversidade, o filme traz personagens femininas fortes, com claro destaque para a Viúva Negra (Scarlett Johansson) e a Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen). Há também uma variedade étnica raramente vista em Hollywood. Todas as cenas em Wakanda, reinado do Pantera Negra, são exemplares e mostram políticos, cientistas e reis negros, indicando o rumo do filme solo do personagem em 2018. Ponto pra Marvel, que só não merece mais crédito por ainda não garantir o filme solo da Viúva Negra que todos nós merecemos.

 

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Os destaques negativos de Guerra Civil vão para os vilões do filme, Ossos Cruzados (Frank Grillo) e Zemo (Daniel Brühl), que seguem a tendência Marvel de vilões rasos e mal desenvolvidos – tendência rompida apenas pelo Loki de Tom Hiddleston – e para Bucky/Soldado Invernal, que aqui serve apenas como justificativa para que tudo aconteça, sem desenvolvimento emocional algum. A forma como conectam o personagem ao passado de quase todos os outros heróis se torna repetitiva rapidamente. Da mesma forma, o encerramento se livra de alguns personagens e situações com uma pressa evidente, gerando pouco impacto e sinalizando o fim da franquia do Capitão de forma menos competente que o restante do filme.

Mas esses defeitos não são o bastante para diminuir o que já é o melhor filme crossover do estúdio. Guerra Civil é o melhor filme dos Vingadores até o momento, estabelecendo um novo status quo para os heróis e indicando um futuro brilhante para todos os filmes que semeia: Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017), Pantera Negra (2018) e Vingadores: Guerra Infinita  Parte 1 (2018) e Parte 2 (2019), que trarão a mesma equipe criativa.

Mal podemos esperar.

Capitão América: Guerra Civil estreia em 28/04/2016 em todo o território nacional. Confira o trailer final abaixo:

 

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Author: Popground

Ao Infinito... e Além. popground@popground.com.br

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