Resenha: Sono Mortal (Dead Awake)

Sono Mortal

A paralisia do sono é um distúrbio que mais parece sinopse de filme de terror, afinal de contas, acordar no meio da noite, completamente imóvel e com a sensação de ter alguém à espreita no seu quarto, te observando ou até mesmo te machucando deve ser, de fato, perturbador. E com metade do trabalho pronto, o roteirista Jeffrey Reddick (Premonição) só precisou adicionar uma criatura sobrenatural assassina e voilà: temos a fórmula para Sono Mortal.

Durante suas crises de paralisia do sono, Beth (Jocelin Donahue) tem certeza de que é perseguida por uma entidade maligna, mas é desacreditada por sua família e namorado. No meio de uma crise, Beth morre de maneira misteriosa, fazendo com que sua irmã gêmea, Kate, comece a investigar uma série de casos semelhantes, onde todas as vítimas relataram visões perturbadoras dessa mesma entidade.

Se a premissa é boa, a execução de Sono Mortal deixa a desejar e seu resultado é desastroso devido à uma sucessão de erros, que tornam o filme monótono e sem personalidade alguma.

Diferente de Wes Craven, que soube explorar o tema com seu Freddy Krueger em A Hora do Pesadelo, aqui, o diretor Phillip Guzman (2:22 – Contagem Regressiva) não consegue nem criar um clima de tensão, principalmente nas cenas de paralisia durante o sono, quando a entidade se manifesta e no final, acaba resolvendo tudo com cenas de susto, completamente fora de lugar. O elenco também não ajuda, principalmente Jocelin Donahue que interpreta as gêmeas, cuja diferença entre as personagens é apenas uma mecha de cabelo. Pra finalizar, o roteiro é raso e a narrativa foca nos clichês dos gênero: entidade maligna assassina, uma protagonista desacreditada pelos céticos e o especialista esquisito, à margem da sociedade.

Sono Mortal, tinha a faca e o queijo na mão para ser um baita filme (vide The Nightmare, documentário dirigido por Rodney Ascher, disponível na Netflix, que explora o tema em meio a relatos e dramatizações), mas se perdeu por estar preso à fórmula dos filmes do gênero.

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Natália Borges

Author: Natália Borges

Louca por filmes, séries, teorias da conspiração e coxinha de frango com catupiry.

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