O heroísmo parental é frequentemente retratado no cinema de maneira implacável: Não existe limite quando se busca salvar ou vingar a vida de um filho – e em O Sequestro, dirigido por Luis Prieto (Contra o Tempo), essa máxima é explorada até o último frame.
Divorciada e prestes a entrar em uma batalha judicial pela guarda de seu filho Frankie (Sage Correa), a garçonete Karla Dyson (Halle Berry) tem seu filho sequestrado diante de seus olhos, em um parque de diversões. Sozinha, sem telefone e completamente desesperada pela iminente perda de um filho, ela consegue entrar em seu carro e parte em uma perseguição alucinante, sem perder seu filho de vista.
O roteiro de Knate Gwaltney (Jackass 3D) segue os moldes de seus antecessores e não ambiciona mais do que isso, apresentando todos os clichês do gênero: frases de efeito, cenas de perseguição, acidentes de carro, lutas corporais, ineficiência da força policial e a protagonista tendo que se virar como pode, completamente sozinha. Para quem não se incomoda e gosta do gênero, ou então leva na esportiva a falta de lógica da narrativa, seu ritmo ágil e a impulsividade da protagonista, garantem a diversão, deixando o espectador sem fôlego em diversos momentos.
Já para quem não é tão fã do gênero pipocão ou espera um filme mais coeso, O Sequestro não se vende com facilidade. É difícil entender a escolha do roteiro em retratar a protagonista como uma mulher histérica e sem carisma, enquanto fugir desse estereótipo evitaria criarmos certa antipatia pela personagem, apesar da boa atuação de Halle Berry (o ponto alto do filme).
Com o roteiro raso, o filme é obrigado a enrolar bastante até seu desfecho, criando situações desnecessárias ou longas e cansativas cenas de asfalto rodando. Também pecam um bocado direção e trilha sonora, mas talvez o grande vilão mesmo tenha sido o baixo orçamento, dando uma certa impressão de amadorismo ao longa.
Sendo assim, se a intenção é entreter-se sem grandes questionamentos, O Sequestro é uma pedida razoável. Caso contrário, fuja dele.
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